sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Por que eu escuto samba?

Lembro do marco inicial: começou bem discreto, com Édipo, O Homem Que Virou Veículo, do Mundo Livre S/A. Depois todas essas outras bandas que fazem misturebas maravilhosas do samba com o rock.
Numa dessas conversas de boteco, me cantam O Mundo é Um Moinho.
Nunca mais voltei.

Ontem, 2 de dezembro, acordei com uma música do Cartola e uma questão na cabeça: por que, afinal, eu gosto de samba? Era o Dia do Samba, coisa que soube horas depois, porque um amigo me disse.

Depois de tanto tempo fazendo-o uma das minhas grandes vítimas de preconceitos musicais do auge da minha roqueirisse doentia de 13 anos - ora, o samba, esse ritmo brasileiro de gente feliz e de gingado - comecei a perceber: ele é tão diferente assim do rock? Não que eu seja grande conhecedora desses ritmos, mas a essência de Like a Rolling Stone e O Mundo É Um Moinho me parece a mesma.

São várias as teorias da origem do termo Samba. Mas a que eu mais gostei foi a que dizia que, segundo uma língua africana, "Sam" quer dizer "Dar", e "Ba", "Receber". Claro que pode ser mais uma dessas teorias wikipédicas, mas muito me fez sentido. Quando eu penso em um samba, a primeira coisa que me vem à cabeça são muitas pessoas se divertindo, todas no mesmo patamar. Pra mim, a partir do momento que isso não existe mais, o samba não é mais verdadeiro. O sistema de estrelato é uma coisa que eu não consigo acreditar nesse meio.

O rock é feito de gente doida. O samba não?
A guitarra e o cavaquinho remetem tanto à tristeza quanto à alegria, tanto à solidão quanto à Boemia, estão sempre em busca de alguma coisa, mudando ou se incorporando a outras formas de expressões musicais, mas sempre deixam as suas devidas marcas, que são bastante fortes.