sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Por que eu escuto samba?

Lembro do marco inicial: começou bem discreto, com Édipo, O Homem Que Virou Veículo, do Mundo Livre S/A. Depois todas essas outras bandas que fazem misturebas maravilhosas do samba com o rock.
Numa dessas conversas de boteco, me cantam O Mundo é Um Moinho.
Nunca mais voltei.

Ontem, 2 de dezembro, acordei com uma música do Cartola e uma questão na cabeça: por que, afinal, eu gosto de samba? Era o Dia do Samba, coisa que soube horas depois, porque um amigo me disse.

Depois de tanto tempo fazendo-o uma das minhas grandes vítimas de preconceitos musicais do auge da minha roqueirisse doentia de 13 anos - ora, o samba, esse ritmo brasileiro de gente feliz e de gingado - comecei a perceber: ele é tão diferente assim do rock? Não que eu seja grande conhecedora desses ritmos, mas a essência de Like a Rolling Stone e O Mundo É Um Moinho me parece a mesma.

São várias as teorias da origem do termo Samba. Mas a que eu mais gostei foi a que dizia que, segundo uma língua africana, "Sam" quer dizer "Dar", e "Ba", "Receber". Claro que pode ser mais uma dessas teorias wikipédicas, mas muito me fez sentido. Quando eu penso em um samba, a primeira coisa que me vem à cabeça são muitas pessoas se divertindo, todas no mesmo patamar. Pra mim, a partir do momento que isso não existe mais, o samba não é mais verdadeiro. O sistema de estrelato é uma coisa que eu não consigo acreditar nesse meio.

O rock é feito de gente doida. O samba não?
A guitarra e o cavaquinho remetem tanto à tristeza quanto à alegria, tanto à solidão quanto à Boemia, estão sempre em busca de alguma coisa, mudando ou se incorporando a outras formas de expressões musicais, mas sempre deixam as suas devidas marcas, que são bastante fortes.

domingo, 28 de novembro de 2010

Artista Igual A Pedreiro

Então é isso. Ultimamente tenho ouvido bastante essa banda, tava conversando com um amigo meu de Goiânia, que em poucas horas estava indo ao Goiania Noise. Disse que tinha show do Macaco Bong aquele dia. Fiquei com dorzinha de cotovelo e fiquei o resto da noite ouvindo. Deu saudade dos shows que vi deles. Eu lembro exatamente como o baixista parecia estar em transe de tanto que sentir a música que estava tocando. Meio que virou referência de show pra mim, sabe?
Macaco Bong: uma das bandas que me faz não renegar completamente o Mato Grosso.

E é por meio desta que, utilizando meu trabalho de Comunicação e Música, revitalizo meu blog.



Fazendo jus à origem cuiabana, Macaco Bong faz um som incendiário e é uma das mais poderosas bandas do Centro-Oeste. O power trio é composto por Bruno Kayapy na guitarra, Ynaiã na bateria e Ney Hugo no baixo, e o som, segundo os próprios, é uma desconstrução dos arranjos da música popular em sua forma padrão – o que é facilmente notado, devido à difícil digestão do disco – e preferem aliar-se à linguagem das harmonias tradicionais da música brasileira com jazz, fusion, pop, entre outros. São figuras certas pelo circuito de festivais nacionais e agora conquistam cada vez mais platéias internacionais.

O seu álbum Artista Igual A Pedreiro, de selo independente, de 2008, é seu álbum de estréia. Não é um álbum fácil, o trio gosta de fazer jogos com os ritmos que os influenciam: quando se tem a impressão de estar ouvindo uma banda de metal, eles passam a tocar jazz, o clássico rock progressivo, talvez punk. Os traços de jazz aparecem freqüentemente como um artifício de transição: a música ganha um ritmo, dá uma trégua no peso, e novamente retorna à habitual tonelada de riffs.

Capaz de mudar a cena do rock na sua cidade de origem, sua energia inigualável no palco já conquistou um público fiel. Um show dessa banda é uma experiência quase mística: é um dos poucos e raros que conseguem fazer o público sentir a música. Em entrevista, Ney Hugo, ao ser questionado sobre o critério para a escolha dos nomes das músicas, uma vez que elas não têm letras disse: “O texto não é a única maneira de se transmitir sensações ou intenções.”

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

marreta e diapasão

Quatro meses depois, eu relutando em não apagar isso aqui.

Só abri essa página e vi as coisas que ilustravam a barra ao lado e como algumas coisas deixam de fazer sentido em tão pouco tempo.
Ao falar de mim, dizia ser curtos trechos de Clarice e Caio F.
Peraí, uma das coisas que mais acho idiota de todos os tempos é ficar parafraseando Clarice - principalmente Clarice! - ao se definir. "E daí? Eu adoro voar!"

Próximo. O Caio é outra vítima. Ao contrário de Clarice Lispector, ele continua sendo um dos meus prediletos. Mas é um caso ainda mais peculiar, porque as pessoas não o conhecem, só alguns excertos fofinhos (raros, da parte dele) que acharam no Pensador.
O ápice mesmo é quando falam que "definir-se é limitar-se" usando o Oscar Wilde. Porra, então não escreve nada, deixa em branco!

Agora só tem uma foto, a do Lester Bangs - que odiaria saber que é meu ídolo. Além de ele ser uma das figuras de maiores influência no meu caráter, por ser o autor do seguinte trecho, de um texto sobre Lou Reed e ídolos de uma forma geral:

"Agora eu devo admitir que estou lisonjeado pelo fato de um dos meus heróis ter se tornado um dos meus fãs (aconteceu com alguns deles, de fato; de fato, isso geralmente coincide com minhas conclusões de que tal herói é pura merda) (e por favor não ache que é orgulho desmedido da minha parte; surpreendo-me com minha capacidade de dar conta dessa bosta), mas devo desconsiderar toda essa baboseira de “amor e ódio”, é puro hype. Os marqueteiros inventaram a coisa toda. O fato é que Lou, como todos os heróis, está aí para tomar porrada. Eles não seriam heróis se fossem infalíveis, na verdade não seriam heróis se não fossem uns miseráveis cães sarnentos, os párias da terra, e mais, a única razão para se construir um ídolo é jogá-lo por terra novamente, como qualquer outra coisa. Heróis são uma puta coisa estúpida de se ter em primeiro lugar e um bloqueio geral a tudo que você queira conquistar por conta própria. E também parte de toda a excitação de se admirar alguém pelos seus feitos artísticos é o ressentimento por saber que eles nunca estão à altura das nossas expectativas. Além do quê, todos eles adoram a ofensa, são piores que os acadêmicos, então a única coisa a fazer é ir até o extremo niilista e detonar sem dó todos aqueles que você algum dia respeitou. Fodam-se!
(...)
Uma velha canção ricocheteava na minha cabeça, uma vaga memória de um tempo em 1968 quando contei ao meu sobrinho sobre um garoto que estava me idolatrando porque eu o havia introduzido aos álbuns Velvet Underground, às anfetas etc. “Eu não quero ser herói de ninguém, porra”, rosnei na época.
Meu sobrinho bolou uma canção de duas linhas na hora:

Don’t wanna be a hero
Just wanna be a zero
"

sábado, 1 de maio de 2010

Minha mãe é linda.

E obrigada por me lembrar disso.

"...só que temos que de alguma maneira encontrar uma forma de transformar o desagrado, as dificuldades em algo agradável sempre tem algo de bom, e é nisso que devemos canalizar a nossa energia positiva e poderosa. temos que dar um jeito de ser feliz mesmo assim..."

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Change.

Oh, as I fade away, they'll all look at me and say:
"Hey look at him, I'll never live that way
But that's ok, they're just afraid of change"




Contextos diferentes, sempre acabo dissertando sobre essa música.
Não arriscaria dizer que é a predileta, mas com certeza, marca épocas e encerramento de certos períodos. Talvez soe óbvio, afinal, uma música com esse nome só pode ter essa intenção.
Mas como vai além.
É muito difícil descrever a paz ao ouví-la, aliás, Blind Melon e Shannon Hoon em geral me transmitem isso, sempre digo, mas Change - também repito - parece trilha sonora de final de filme, com pessoas sendo felizes e tudo dando certo - daí a sensação de finalização de ciclos.

Vocês sempre recorrem a alguma música em certas situações, tenho certeza disso. Change é a minha música de "pronto, já chega disso. próximo capítulo, por favor?" e sempre parece que vai. Funciona quase como um mantra. São tantas - e ótimas, diga-se de passagem - as canções que abordam essa vontade das pessoas se renovarem (Ch-ch-Changes, just gonna have to be a different man. Time may change me, but I can't trace time), pra mim, particularmente essas são as melhores, porque geralmente são as mais sinceras de inúmeras carreiras, mas parece que é sempre ela que diz o que precisava.

Lembro que a primeira vez que vi o Shannon foi, claro, no clipe do Guns N' Roses: um dos homens mais bonitos que já vi, desbancando Axl, que na época era meu conceito de cara perfeito - nada como os 13 anos. Como fui conhecer Blind Melon eu não me lembro. Mas foi com No Rain, e acabou com minha fase de extrema rebeldia de butique. Minha mãe tem muito a agradecer a eles.

Raramente consigo carregar uma banda por muito tempo, sempre enjôo ou surgem traumas acerca delas. Talvez a maioria delas se preocupe demais com técnicas e virtuosidades e esquecem de colocar alguma alma nas músicas. Diferente de tudo, eles conseguiram superar justamente pela simplicidade e leveza.


A letra é sutil, e bastante direta: "and when your deepest thoughts are broken, keep on dreamin', boy, 'cause when you stop dreamin' it's time to die." Todas são.
Shannon conseguiu deixar a mensagem como poucos.




but I know we can't all stay here forever
so I'm gonna write my words on face of today
...and they'll paint it.

domingo, 21 de março de 2010

sobre pulseirinhas e dignidade

Há alguns meses, alguém comentou comigo sobre essa reportagem do Fantástico, que falava dessas pulseirinhas e da sexualidade desses adolescentes: cada cor significava alguma coisa, mas não dei muita atenção ao assunto, pensei tratar-se de festas do semáforo - nas quais não vejo muito sentido - ou algo do gênero.
E assim seguia a vida, com alguns comentários bestas a respeito das minhas pulseiras e afins.

Recentemente, uma colega comentou, com ares de ironia:
- E essas pulseirinhas aí? Tá querendo, hein?
Daí, ela me explicou alguns dos significados: tenso. Mas continuei zuando e me auto-sabotando: afinal, não é possível que alguém no mundo leve essa porra a sério!

Coincidentemente, no dia seguinte, uma amiga que mora em Blumenau me manda um recado:
"Desabafo: legal, não posso mais usar minhas pulseiras pretas de borracha porque sempre aparece um babaca: "tu usa pulseiras do sexo??" Isso que nem tenho 13 anos
Contigo também acontece?
Eu mataria quem inventou essa brincadeira do inferno!"


Logo, respondi a ela:
"UHAEUHEUHAEH Comigo também! A pulseirinha preta é a "vale tudo", né? Uso com orgulho brimks
Quando me enchem o saco sobre, respondo: Faz assim, conta quantas pulseirinhas tem agora. Daqui a quatro anos quando acabar minha faculdade, conta de novo e baseia minha dignidade nisso rererere."


E eis que hoje ela responde:
"Isso que nem uso mais minhas vermelhas e roxas (nem quero saber o significado delas)
Aqui proibiram o uso delas nas escolas, mas quando termina a aula os pivetes colocam (y)"

Foi então que notei que é grave mesmo.


Gente, eu uso essas pulseirinhas desde que tenho 13 anos, ou menos, em especial as pretas porque achava muito cool e diferente das pulseirinhas que a moçada usava por aí. Daí lembro que virou moda aquelas bem coloridas, as amiguinhas trocavam pulseirinhas e a cada semana na escola chegava uma garota com uma cor mais inovadora. Depois virou pulseirinha da amizade. Ainda hoje, vejo várias pessoas por aí com duas pulseirinhas entrelaçadas.

Ok, e agora eu finalmente descubro depois de seis anos, que ao utilizar quase quarenta pulseiras de borracha preta estou sugerindo que quero fazer "sexo na posição do missionário" com alguém.
Ok.

sábado, 13 de março de 2010

sobre vadias e cigarros

Não-fumantes conversando no fumódromo do UK Brasil:

- Curto Madonna.
- Ah não, a Madonna é uma vaca.
- Sim! Por isso mesmo, e ela é a vaca-mor!
- A vaca-mãe!
- As músicas que mais gosto dela são da época que ela tava no auge da putaria.
- Erotic, erotic, put your hands all over my body!
- Ok, então se é pra curtir vadia, prefiro a Britney.
- A Britney é outra vaca.
- Sim, mas ela é a vaca-princesa.
- Ah, por isso que gosto delas. Curto Madonna, curto Britney e curto Lady Gaga. E aí?
- E a Lady Gaga, gente? Madonna é mãe, Britney princesa, e ela...?
- A Lady Gaga é um aborto.
(pausa dramática)



E enquanto isso, duas bandas tocando Oasis e Pearl Jam lá fora.


*eu realmente curto as três.
*fãs de citados, sem indignaçõezinhas, grata.

sexta-feira, 5 de março de 2010

- What is your daughter doing?

- She's kicking ass.



Amo essa cena.

quinta-feira, 4 de março de 2010

"Faça a minha caveira...

...que eu ergo uma bandeira pirata com ela." (@tiodino)





Desejar coisas ruins às pessoas e ficar cuidando demais de vidas alheias é algo que demanda energia demais, e pesa em quem o faz.
Estou longe de ser a grande pregadora do amor e da paz na terra aos homens, e estou longe de ser indiferente com as pessoas. Juro. Não sou a Sandy, e nem sou a Bia Falcão.

Essa minha mania de querer viver logo e loucamente - assisti a muitos clipes do Aerosmith com a Alicia Silverstone, li Kerouack demais, road-movies demais e ouvi muito Mütley Crüe nessa vida - me faz agir inconseqüente e impulsivamente: insistindo em achar que a vida é um filme e fazer merdas homéricas ou coisas sem sentido porque no roteiro ia ficar lindamente poético. Não gosto de esperar as coisas, não gosto de passar vontade e não gosto de falso moralismo.
Aí vem um monte de gente e resolve ser comentarista da minha vida - no estilo Galvão Bueno mesmo, bem trash.

Aí eu resolvo nem me importar, e isso reforça a reação alheia. Minha desculpa não é mais um daqueles máximos clichês de pessoas afamadas via comunidade de Orkut: "não tenho tempo para coisas insignificantes", "sua inveja faz a minha fama", "fale bem, fale mal, mas fale de mim" e assim por diante: sou preguiçosa. Só isso, é sério.
Agora sente o drama: tenho preguiça de gastar energia comigo mesma, quem dirá com os outros!
Dá trabalho demais ser falsa (imagina, já é difícil cuidar do meu próprio caráter, criar outro só pra agradar os outros? Credo.), dá trabalho demais ficar se remoendo de inveja de alguém, dá trabalho demais ficar pensando no que dizer a alguém e tenho preguiça demais de fazer planos mirabolantes. Não sei nem planejar a minha vida bagunçada, quem dirá arruinar a vida organizada de outras pessoas.
A pouca boa vontade que tenho, prefiro utilizar comigo e com as pessoas que valham a pena - já que tá no embalo mesmo.
Tenho preguiça de prejudicar os outros. Tenho uma leve tendência auto-destrutiva, se houver alguém a prejudicar, será a mim mesma - mesmo sem querer.


Tenho preguiça também de discutir.
Tamanha é a minha preguiça, que na maioria das vezes prefiro concordar, confirmar ou mesmo piorar algumas das barbáries que dizem por aí, na intenção de fazer com que todas as Cláudias mundo afora se sentem. Falar exatamente o que as pessoas querem ouvir demanda muito menos trabalho e é mais divertido - tanto pra mim quanto pra quem acredita.

Tu é uma poser. Sim, adoro hair bands 80's; mas já que o sentido geral que empregaram a essa palavra é outro, sim, sou, e adoro trocar de banda predileta toda semana, e aliás, tenho muita preguiça de ficar decorando coisinhas de banda como se fosse uma gincana. Sua leviana. Certeza, vamos piriguetar hoje e aproveitar que ainda somos jovens o bastante para utilizar isso como álibe. Uma roqueirinha de merda. Sim, e ainda curto Lady Gaga. Caipira. Sim, interior de nascimento e interior de criação; sou índia e cangaceira, aliás. Sua bêbada. "Para não serdes os martirizados escravos do Tempo, embriagai-vos; embriagai-vos sem tréguas! De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha." Na verdade você é patty pra caralho. 'Cause we are livin' in a material world, and I am a material girl.
Ok. Agora preciso saber: aonde está a grande novidade nisso, e a quem estamos prejudicando?

Pronto.

And I don't give a damn 'bout my reputation
Never said I wanted to improve my station
And I'm only doin' good
When I'm havin' fun
And I don't have to please no one
And I don't give a damn
'Bout my bad reputation

Oh no, not me
Oh no, not me

I don't give a damn
'Bout my reputation
I've never been afraid of any deviation
And I don't really care
If ya think I'm strange
I ain't gonna change
And I'm never gonna care
'Bout my bad reputation

Oh no, not me

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

I know what I am?

Cut, tease,
Better believe,
I got the feeling that I'm underneath,
But I know what I am,
They know what they are
So let me be

But it's alright,
It's okay,
I got the time,
But the time don't pay.


Ok, passado o drama Vestibular, mudemos de assunto.
Muito embora as férias ainda não tenham acabado, a fase de tédio supremo foi superada. Com coisas extremamente inúteis, óbvio.

Sabe aqueles testezinhos de auto-conhecimento? Desde aquela época que você lia Capricho, Atrevida e similares? - "Será que aquele gatinho está na sua? Faça o teste e descubra!" até aqueles retardados do twitter, que com cinco perguntas já definem em que país você moraria, que banda você seria e até mesmo que tipo de Tessália você é. Então, eu adoro. Todo tipo de auto-conhecimento é válido e whatever.

Adoro horóscopo, kin maia, cartas, tarô, borra de café, leitura de mãos e adoro testezinhos bestas de internet e não menosprezo nenhum deles - sério. Qualquer um desses meios que nos ofereça algum conhecimento sobre nós mesmos, independente dos meios e das crenças. Politeísmo? Egocentrismo doentio? Nunca se sabe. Mas essas coisas sempre acabam despertando a curiosidade até mesmo dos mais céticos, só pra ver o que é que dá.

Hoje à tarde um amigo meu me passou um testezinho de internet muito digno. O Cylaer não é aquele tipo de amigo comadre à toa o dia inteiro MSN-Orkut-Twitter; se ele passa um link, é algo interessante de verdade. Então, fui fazer o bendito teste: mais um "Descubra sua Personalidade", acompanhado de "Sugestões de carreiras".
Gente, realmente o resultado é a sua biografia. Sugiro que façam - e depois comentem aqui o que deu.
As personalidades são basicamente divididas em quatro categorias: como interagimos com o mundo, assimilação de informações, tomada de decisões e espontaneidade.
Achei interessante porque não envolve nenhum cosmos, nenhum número, nenhuma entidade: é você, sobre você.

Pra começar, o meu tipo é ENFP: O Defensor de Causas.
Bem, o meu resultado é o que já se esperava escrita de forma sutil e poética, é claro: no future for you.


"Eles são enormemente desinteressados em coisas como manutenção doméstica, poupança, seguro de vida, e até mesmo em dinheiro na mão."


"Eles têm prazer no processo de criação de alguma coisa, de uma idéia ou de um projeto, mas não se interessam tanto pela parte mais monótona do processo, que envolve dar continuidade a estas coisas." - querida Isabelle: no seu caso, isso é também válido para relacionamentos.

"Eles podem oscilar entre a extravagância e a frugalidade, e suas casas podem conter luxuosidades caras, ao mesmo tempo que necessidades básicas possam estar faltando."

Seguem algumas das profissões indicadas, para enfatizar o problema:
Jornalista (pffff!); escritora de roteiros de filmes e teatros; colunista; atriz; música/compositora; decoradora de interiores; artista; repórter/editora de revistas; diretora de documentários, entre várias outras coisas do gênero.

Logo vê-se que trabalhar não é bem o meu ofício.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

endless vacation

Gente, pronto, chega! Chega de férias! Sério. Em menos de dois meses estarei me arrependendo amargamente por desejar isso, mas chega!

O desejo de todo vestibulando depois da prova é pelo menos um mês à toa, sem fazer muito esforço mental ou movimentos bruscos. Mas tá, chega!

Ontem tive uma pequena epinafia.
Enquanto levantava do puff no cantinho mais quente da sala. Uso a internet desse cantinho porque o fio é curto. E apesar de algumas vezes o computador do meu irmão estar livre - leia-se raramente - ainda prefiro minhas queridas músicas aqui presentes. Então fico aqui no cantinho quentíssimo, toda torta, basicamente o dia inteiro. E meu nível de preguiça anda tão crítico que nem a pegar um ventilador me dou ao trabalho.
Então foi nesse momento que me dei conta do ócio nada criativo das últimas semanas.

Essas férias especificamente têm sido as mais inúteis de todos os tempos.
Geralmente, sei lá, nos últimos dois anos, as férias são o momento de repor tudo o que perdi do mundo real enquanto me mantia bitolada com os assuntos do cursinho: pensar no que fazer da vida, traçar novos planos; ouvir as bandas a conhecer, músicas novas, álbuns recentemente lançados que perdi; leitura; as fofocas quentes dos famosos e da cidade; e principalmente, repor os meus queridos filmes.
Mas dessa vez: nada.


Cheguei aqui tão desanimada e deprimida com coisas que envolvessem vestibular e com todas as perguntas que eu sabia me esperavam e tão cansada, que não queria pensar. Só dormir. Não queria ver ninguém, mesmo. Só eu, minhas músicas e meu computador. Acabei viciando no twitter, que virou minha nova razão de viver (não).
Preguiça até de ver filme. Bem, na verdade de me deslocar até a locadora. Além disso, tenho o péssimo hábito de não ter paciência pra baixar filmes. Tirando os filmes da Globo e do ônibus da excursão, foram oito, no máximo.
Resultado: do final de dezembro ao fim de janeiro não acrescentei nada à minha vida.
Mentira, como não desgrudava do computador, tive a oportunidade de me renovar musicalmente: entre elas, o meu atual vício, Black Drawing Chalks. Além de matar a saudade dos Pixies: havia deixado várias músicas aqui.

Agucei o meu sedentarismo e resgatei antigos vícios, como assistir Everybody Hates Chris e algo mais comprometedor: Alma Gêmea. Sim, eu adoro, juro. A musiquinha de abertura já deu no saco, a Serena é uma retardada e tudo mais; em contrapartida, a Cristina é uma das maiores vilãs dos últimos tempos! E os figurinos da Flávia Alessandra são geniais nessa novela.



Sem contar a Drica Moraes, né? Sempre adoro as personagens dela. Lembro dela como manicure que brincava de cavalinho co prrefeito em O Cravo e a Rosa, se não me engano.



Ai, que assunto mais dona de casa desocupada, né? Mas me considerarei normal até o dia em que decidir assistir ao programa da Sônia Abraão.

Enfim, como já havia decidido, trabalhei o mês de janeiro pra juntar alguns trocos e me garantir no show do Metallica. Meio período, nada muito empolgante, mas serviu pra passar o tempo. O show foi o grande momento de todas as férias.



Passado o show, voltemos ao tédio. Passei "de surpresa" no vestibular - nem ia olhar a nota do ENEM, portanto foi uma surpresa descobrir que passaria. Novamente não sei o que fazer da vida: ok, eu tinha certeza que não faria mais cursinho, mas contava em ter que arrumar um emprego, fazer curso para comissária de bordo, prestar alguns concursos ou whatever, mas ali estava eu: uma caloura de Cuiabá. Aí vi a nota do outro vestibular - o verdadeiro foco: chegou perto. E aí, segunda chamada?
Não vou pensar em Cuiabá, porque senão vai atrair. Sim, nessas horas até acreditar em O Segredo vale, ok?. Costumo dizer que não sou supersticiosa, mas sim uma vestibulanda.

Portanto, o saldo final das férias que ainda não acabaram: sem planos.
Só sei que quero que acabem logo, onde quer que seja.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

do pré-vestibular

Começo este blog - mais um blog - com uma despedida. Diretamente da sala da minha casa, com trilha sonora de eliminação do Big Brother Brasil ao fundo. Genial e dramático.
Estou oficialmente me despedindo de uma fase longa e cansativa, embora ainda não saiba bem quais serão meus próximos rumos: me aposentei da vida de cursinho.

Me dirijo às pessoas que já passaram por isso em algum momento, principalmente às que continuarão por mais esse semestre. Mais especificamente aos que, perante colegas, professores e monitores de seus respectivos pré-vestibulares são vistos como super-heróis de alma evoluída, resistentes a tudo e todos em prol a um objetivo. Já para a sociedade são a grande escória, atrasos de vida, mão-de-obra economicamente ociosa.

O meu caso foi de dois anos de insistência: um ano para um curso que mais tarde descobri que nem me interessava; outro ano tentando passar em um curso que nem precisa de diploma. Tentando ignorar todas as críticas e comentários negativos acerca disso, inclusive de pessoas que sequer tinham algo haver com a minha vida. Odiava cada vez que voltava à minha cidade, com medo. Medo das perguntas, dos milhares de conselhos que você definitivamente não quer ouvir, e que as pessoas insistem em dar. Você evita sair de casa. Chega um momento em que o apoio da família já não oferece segurança o suficiente. As visitas aos meus pais se tornavam desconfortáveis, apesar da compreensão e do apoio deles, ainda estava em uma cidade repleta de pessoas dispostas a não me entenderem, estava longe de pessoas que realmente tivessem vivido aquilo durante o semestre e que pudessem me entender. Resumindo, ser biscate devia ser mais digno do que ser vestibulanda. Imagino que a maioria das pessoas que saíram do interior e foram tentar federais na capitar passem frequentemente por coisas do tipo.

Parece drama, a gente passa o semestre ouvindo que isso ainda não é nada, a gente acha que estuda, o que nos aguarda é muito mais do que esse mundinho ao qual já estamos acostumados a viver isolados. Mas, que no fim, vai valer a pena.

Olha, gente. Vocês que estudaram comigo e que também não conseguiram. Do Alub, do Exatas, do Dínatos. Força em mais um semestre, não desistam. Vocês sabem o que todo mundo fala, não precisa mais dar ouvidos. Não passei exatamente onde queria, mas a sensação de ser aprovada é realmente muito boa. Ainda tenho esperanças - embora pífias - quanto à segunda chamada, espero não ter que me despedir de vocês ainda.

Mas as aulas devem estar começando mais ou menos agora, então quero que vocês se lembrem bem dessa frase. Uma vez uma amiga da minha cidade que tentou Medicina por um bom tempo, uma das poucas daqui que de fato me entendiam, me mandou essa frase do Guimarães Rosa, assim que vi o resultado da única vez em que tive plena certeza de que passaria, a vez mais frustrante em que não passei na UnB:

"Mas, também, cair não prejudica demais - a gente levanta, a gente sobe, a gente volta! Deus resvala? Mire e veja. Tenho medo? Não. Estou dando batalha."

Por favor, lembrem-se disso. Coloquei essa frase na contra-capa da apostila do cursinho. Ajudava muito. Foi o semestre no qual mais fui de má vontade recomeçar os estudos. Mas olhava essa frase e tinha vocês, meus coleguxos. Foi meu semestre de Dínatos, não poderia estar cercada de pessoas melhores que fizessem surgir um ânimo que nem sabia que tinha mais em mim. Obrigada a vocês, de verdade. Não desmereço nenhum dos outros cursinhos(querido Gastão e Patrícia, foi com vocês que aprendi Química, e querido César, foi com você que aprendi Física!), mas foi uma grande surpresa esse último semestre que passou.



Ânimo, acredito miil em vocês. Sou muito a favor das pessoas agarrarem suas oportunidades com toda sua força e terem coragem de não desistir.