domingo, 21 de março de 2010

sobre pulseirinhas e dignidade

Há alguns meses, alguém comentou comigo sobre essa reportagem do Fantástico, que falava dessas pulseirinhas e da sexualidade desses adolescentes: cada cor significava alguma coisa, mas não dei muita atenção ao assunto, pensei tratar-se de festas do semáforo - nas quais não vejo muito sentido - ou algo do gênero.
E assim seguia a vida, com alguns comentários bestas a respeito das minhas pulseiras e afins.

Recentemente, uma colega comentou, com ares de ironia:
- E essas pulseirinhas aí? Tá querendo, hein?
Daí, ela me explicou alguns dos significados: tenso. Mas continuei zuando e me auto-sabotando: afinal, não é possível que alguém no mundo leve essa porra a sério!

Coincidentemente, no dia seguinte, uma amiga que mora em Blumenau me manda um recado:
"Desabafo: legal, não posso mais usar minhas pulseiras pretas de borracha porque sempre aparece um babaca: "tu usa pulseiras do sexo??" Isso que nem tenho 13 anos
Contigo também acontece?
Eu mataria quem inventou essa brincadeira do inferno!"


Logo, respondi a ela:
"UHAEUHEUHAEH Comigo também! A pulseirinha preta é a "vale tudo", né? Uso com orgulho brimks
Quando me enchem o saco sobre, respondo: Faz assim, conta quantas pulseirinhas tem agora. Daqui a quatro anos quando acabar minha faculdade, conta de novo e baseia minha dignidade nisso rererere."


E eis que hoje ela responde:
"Isso que nem uso mais minhas vermelhas e roxas (nem quero saber o significado delas)
Aqui proibiram o uso delas nas escolas, mas quando termina a aula os pivetes colocam (y)"

Foi então que notei que é grave mesmo.


Gente, eu uso essas pulseirinhas desde que tenho 13 anos, ou menos, em especial as pretas porque achava muito cool e diferente das pulseirinhas que a moçada usava por aí. Daí lembro que virou moda aquelas bem coloridas, as amiguinhas trocavam pulseirinhas e a cada semana na escola chegava uma garota com uma cor mais inovadora. Depois virou pulseirinha da amizade. Ainda hoje, vejo várias pessoas por aí com duas pulseirinhas entrelaçadas.

Ok, e agora eu finalmente descubro depois de seis anos, que ao utilizar quase quarenta pulseiras de borracha preta estou sugerindo que quero fazer "sexo na posição do missionário" com alguém.
Ok.

sábado, 13 de março de 2010

sobre vadias e cigarros

Não-fumantes conversando no fumódromo do UK Brasil:

- Curto Madonna.
- Ah não, a Madonna é uma vaca.
- Sim! Por isso mesmo, e ela é a vaca-mor!
- A vaca-mãe!
- As músicas que mais gosto dela são da época que ela tava no auge da putaria.
- Erotic, erotic, put your hands all over my body!
- Ok, então se é pra curtir vadia, prefiro a Britney.
- A Britney é outra vaca.
- Sim, mas ela é a vaca-princesa.
- Ah, por isso que gosto delas. Curto Madonna, curto Britney e curto Lady Gaga. E aí?
- E a Lady Gaga, gente? Madonna é mãe, Britney princesa, e ela...?
- A Lady Gaga é um aborto.
(pausa dramática)



E enquanto isso, duas bandas tocando Oasis e Pearl Jam lá fora.


*eu realmente curto as três.
*fãs de citados, sem indignaçõezinhas, grata.

sexta-feira, 5 de março de 2010

- What is your daughter doing?

- She's kicking ass.



Amo essa cena.

quinta-feira, 4 de março de 2010

"Faça a minha caveira...

...que eu ergo uma bandeira pirata com ela." (@tiodino)





Desejar coisas ruins às pessoas e ficar cuidando demais de vidas alheias é algo que demanda energia demais, e pesa em quem o faz.
Estou longe de ser a grande pregadora do amor e da paz na terra aos homens, e estou longe de ser indiferente com as pessoas. Juro. Não sou a Sandy, e nem sou a Bia Falcão.

Essa minha mania de querer viver logo e loucamente - assisti a muitos clipes do Aerosmith com a Alicia Silverstone, li Kerouack demais, road-movies demais e ouvi muito Mütley Crüe nessa vida - me faz agir inconseqüente e impulsivamente: insistindo em achar que a vida é um filme e fazer merdas homéricas ou coisas sem sentido porque no roteiro ia ficar lindamente poético. Não gosto de esperar as coisas, não gosto de passar vontade e não gosto de falso moralismo.
Aí vem um monte de gente e resolve ser comentarista da minha vida - no estilo Galvão Bueno mesmo, bem trash.

Aí eu resolvo nem me importar, e isso reforça a reação alheia. Minha desculpa não é mais um daqueles máximos clichês de pessoas afamadas via comunidade de Orkut: "não tenho tempo para coisas insignificantes", "sua inveja faz a minha fama", "fale bem, fale mal, mas fale de mim" e assim por diante: sou preguiçosa. Só isso, é sério.
Agora sente o drama: tenho preguiça de gastar energia comigo mesma, quem dirá com os outros!
Dá trabalho demais ser falsa (imagina, já é difícil cuidar do meu próprio caráter, criar outro só pra agradar os outros? Credo.), dá trabalho demais ficar se remoendo de inveja de alguém, dá trabalho demais ficar pensando no que dizer a alguém e tenho preguiça demais de fazer planos mirabolantes. Não sei nem planejar a minha vida bagunçada, quem dirá arruinar a vida organizada de outras pessoas.
A pouca boa vontade que tenho, prefiro utilizar comigo e com as pessoas que valham a pena - já que tá no embalo mesmo.
Tenho preguiça de prejudicar os outros. Tenho uma leve tendência auto-destrutiva, se houver alguém a prejudicar, será a mim mesma - mesmo sem querer.


Tenho preguiça também de discutir.
Tamanha é a minha preguiça, que na maioria das vezes prefiro concordar, confirmar ou mesmo piorar algumas das barbáries que dizem por aí, na intenção de fazer com que todas as Cláudias mundo afora se sentem. Falar exatamente o que as pessoas querem ouvir demanda muito menos trabalho e é mais divertido - tanto pra mim quanto pra quem acredita.

Tu é uma poser. Sim, adoro hair bands 80's; mas já que o sentido geral que empregaram a essa palavra é outro, sim, sou, e adoro trocar de banda predileta toda semana, e aliás, tenho muita preguiça de ficar decorando coisinhas de banda como se fosse uma gincana. Sua leviana. Certeza, vamos piriguetar hoje e aproveitar que ainda somos jovens o bastante para utilizar isso como álibe. Uma roqueirinha de merda. Sim, e ainda curto Lady Gaga. Caipira. Sim, interior de nascimento e interior de criação; sou índia e cangaceira, aliás. Sua bêbada. "Para não serdes os martirizados escravos do Tempo, embriagai-vos; embriagai-vos sem tréguas! De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha." Na verdade você é patty pra caralho. 'Cause we are livin' in a material world, and I am a material girl.
Ok. Agora preciso saber: aonde está a grande novidade nisso, e a quem estamos prejudicando?

Pronto.

And I don't give a damn 'bout my reputation
Never said I wanted to improve my station
And I'm only doin' good
When I'm havin' fun
And I don't have to please no one
And I don't give a damn
'Bout my bad reputation

Oh no, not me
Oh no, not me

I don't give a damn
'Bout my reputation
I've never been afraid of any deviation
And I don't really care
If ya think I'm strange
I ain't gonna change
And I'm never gonna care
'Bout my bad reputation

Oh no, not me